Senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) estranhou a forma com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado federal Neri Geller (PP) por abuso de poder econômico na noite da última terça-feira (23). Durante coletiva de imprensa essa semana, o congressista disse a forma com que a ação foi conduzida foge da normalidade de um processo de cassação, que normalmente tem uma longa tramitação na Justiça.
“Um processo de cassação é longo. O curioso é que, no caso do Neri, ele arrastou por praticamente 3 anos e, de repente, na véspera do registro de candidatura vem esse julgamento. Ele foi julgado em 18 minutos, dos quais 8 foi dado para a defesa do Neri. O Ministério Público sequer usou seu direito de tempo para acusar”, disse.
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A declaração ocorreu após Fávaro ser questionado sobre uma suposta interferência de adversários para “acelerar” a análise do caso perante a Justiça Eleitoral . Além de ter o mandato cassado, o parlamentar foi declarado inelegível por 8 anos e não poderá disputar a vaga no Senado Federal, projeto que também vem sendo articulado por Fávaro nos últimos meses.
No julgamento, o TSE acatou a denúncia do Ministério Público Federa (MPF), que apontou que Geller realizou doações na campanha de 2018, que totalizaram R$ 1,327 milhão em favor de 11 candidatos que concorreram ao cargo de deputado estadual. Tais doações, somadas aos próprios gastos de sua campanha, que foram declarados ao valor de R$ 2,4 milhões, ultrapassariam o limite dos gastos de campanha estipulado em R$ 2,5 milhões.
Neri disse que vai recorrer da decisão. Fávaro, por sua vez, acredita que os ministros do TSE foram induzidos ao erro.
“O relator, de 84 páginas, leu apenas um memorando do seu voto e foi acompanhado pelos demais ministros. Isso não é normal. Os ministros foram induzidos ao erro. Julgou-se aquilo que não havia sido pedido e por isso nós acreditamos na reversão”, finalizou Fávaro.
Fonte: gazetadigital.com.br