MT: HISTÓRIA: No dia da mulher negra, desembargadora fala sobre conquistas e representatividade

MT:  HISTÓRIA:  No dia da mulher negra, desembargadora fala sobre conquistas e representatividade
Compartilhar

 

 

“A mulher negra pode estar onde quiser. Mas é inegável que ainda existe uma disparidade econômica, algo que ainda tem muito a avançar”. Essa é uma das reflexões trazidas pela primeira desembargadora negra do TRT oriunda da magistratura, Adenir Carruesco, no Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, celebrado nesta segunda (25).

Leia também -Trabalhador da SES morre ao receber descarga elétrica

Em alusão à data, a magistrada conta um pouco da sua história e fala sobre as mudanças que vêm ocorrendo no Brasil para a população negra, especialmente para o público feminino.

Adenir ingressou no Tribunal em 1994, no cargo de juíza e, no ano passado, foi promovida ao cargo de desembargadora. Ela destaca que o racismo no Brasil é uma questão estrutural que ainda exige uma série de medidas. Contudo, aponta também as mudanças que ocorreram no país nas últimas décadas.

Como exemplo, Carruesco cita o empoderamento estético das mulheres negras, hoje admiradas por sua beleza, além da valorização da cultura afro, com os dreads, rastafáris, turbantes e a aceitação dos cabelos cacheados e crespos, algo impensável há 30 ou 40 anos. “Basta pensarmos em algumas músicas que zombavam do cabelo das mulheres e que naquela época ninguém ousaria questionar. Pelo contrário, era visto como algo normal. Isso hoje não é mais aceitável”, diz a magistrada.

Essas transformações, segundo a desembargadora, refletem na autoestima das mulheres negras. “Quando eu era criança, se uma história começasse com princesa, obviamente seria branca. Não existiam princesas negras, faltava representatividade e isso mexia muito com a autoestima do povo negro de forma em geral. E era algo tão forte que se a criança não tivesse uma família para apoiar e despertar o sentimento de pertencimento era algo quase impossível de superar. Mas o momento atual é outro. Temos não só princesas, como mulheres negras em vários setores da sociedade”.

Apesar dos avanços, a magistrada acredita que ainda falta representatividade econômica. “Acho que as conquistas alcançadas nos últimos anos servem para refletirmos os espaços conquistados e a importância do protagonismo feminino para as mudanças que, aos poucos, estão ocorrendo”.

Dia da Mulher Negra e de Tereza de Benguela

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi instituído em 1992, no 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado em Santo Domingos, na República Dominicana. A data é um momento para refletir sobre as dificuldades enfrentadas pela mulheres negras, que pela condição racial se deparam diariamente com desafios ainda maiores que aqueles enfrentados pelo movimento feminista na busca por direitos e justiça social.

No Brasil, desde 2014, comemora-se em 25 de julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, em homenagem à líder quilombola mato-grossense que ajudou comunidades negras e indígenas na resistência à escravidão no século XVIII. O Quilombo do Piolho também era conhecido como Quilombo do Quariterê, próximo a Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso, na fronteira com a Bolívia.

Fonte:  gazetadigital.com.br


Compartilhar
0 0
Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %