O ex-governador Júlio Campos (União) saiu em defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pela reunião com embaixadores de 40 países para atacar sem provas a credibilidade das urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. Segundo Campos, ele mesmo já foi vítima das urnas eletrônicas.

“Eu já tive uma experiência muito ruim em 1998 com as urnas eletrônicas. Eu sei como ela é, dependendo de como o cara ajeita lá, os votos brancos e nulos somem ou ficam muito poucos e o resto vai para alguém”, disse Júlio Campos.

Segundo o pré-candidato a deputado Estadual, Bolsonaro teria esse perfil ‘sincero’ e ‘agressivo’, mas que as urnas eletrônicas deixam ‘dúvidas’. “Porque depois de apurado não tem como fazer recurso. Apurou, apurou. E quem é o fiscal? Ninguém sabe. Quem faz a urna eletrônica é um ser humano, é um cidadão, pode cometer alguns deslizes”, afirmou.

Questionado se o discurso do presidente seria uma ameaça para uma ruptura democrática através de um golpe, Júlio Campos discordou. “Acho que no Brasil não tem sentido [golpe de estado], no Brasil não tem mais ambiente para isso”.

Júlio Campos que iniciou sua vida política na Arena, partido que sustentava a ditadura militar no Brasil, sempre se manteve em partidos de direita.   Porém, apesar de colocar em dúvidas a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 1998, Júlio Campos nunca oficializou formalmente nenhuma denúncia da Justiça Eleitoral naquele ano. E também nunca apresentou nunhuma prova de irregularidades.

Já por outro lado, a eleição em que se tornou governador de Mato Grosso, em 1982, foi marcada por denúncias de fraude eleitoral. Na época, a urna ainda era tradicional, no papel.  Júlio Campos saiu vitorioso pelo PDS em uma disputa contra o Padre Pombo (MDB), que denunciou várias irregularidades na votação e apuração daquelas eleições, incluíndo uma denúncia formalmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) naquele mesmo ano.

Fonte:    gazetadigital.com.br