Protesto sai do Maxi e vai até o Tribunal de Justiça na terça, dia em que o assassinato completa dois anos
No dia em que a morte da adolescente Isabele Ramos completa dois anos, na terça-feira (12), familiares organizam um protesto contra a soltura da menor autora do crime.
O crime ocorreu em julho de 2020, no Condomínio Alphaville, em Cuiabá. No início do mês passado, o Tribunal de Justiça determinou a soltura da adolescente que atirou e matou Isabele.
A empresária Patrícia Guimarães Ramos, mãe de Isabele, usou as redes sociais para divulgar o protesto. Ela afirmou que a carreta é um “apelo à Justiça”.
“Não tem um dia que eu acorde ou durma sem pensar nesse crime e na falta que ela faz”, disse ela na publicação.
“Nada que eu fizer ou disser irá trazê-la de volta, mas injustiça maior é a assassina estar solta e de volta ao convívio social, como se nada tivesse acontecido. Essa carreata é um apelo à justiça!!”, acrescentou.
A carreata está marcada para acontecer na terça-feira às 9h. O ponto de encontro é o Colégio Maxi e seguirá até o Tribunal e Justiça.
A decisão
A decisão que mandou soltar a menor foi tomada durante sessão da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. A jovem ganhou a liberdade no dia 8 de junho, após ficar um ano internada no Complexo Pomeri.
A liberdade foi concedida porque os desembargadores da Terceira Câmara Criminal mudaram o entendimento do caso, alterando o crime de homicídio doloso para culposo, quando não há intenção de matar.
Segundo o advogado da menor, Artur Osti, já era esperado que a sentença condenatória fosse alterada quando submetida à revisão de um “órgão colegiado imparcial”.
Relembre o caso
Isabele Ramos, 14 anos, morreu com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da amiga.
A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.
Fonte: midianews.com.br
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), no caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, conforme a denúncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.
A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.
Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.
Eles foram denunciados pelo MPE por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.
O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.