Alexandre Miyagwa foi morto a tiros disparados pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), na noite do dia 1º de julho
A namorada do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, Janaína Sá, vai responder criminalmente por ter invadido a contramão e por embriaguez ao volante.
A informação é do delegado titular da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral.
Conhecido como Japão, Miyagwa foi morto a tiros disparados pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos), que é tenente-coronel aposentado da Polícia Militar (PM), na noite do dia 1º de julho, em frente a uma distribuidora de bebidas, localizada no Bairro Quilombo, em Cuiabá.
Conforme o delegado Christian Cabral, Janaína Sá quase causou dois acidentes graves na ocasião.
Um deles foi ao atravessar um cruzamento, ocasião em que quase bateu em um carro e o outro, quando ela entra de maneira perigosa na Rua Arthur Bernardes, ao lado do Restaurante Choppão, em contramão, e quase atinge em cheio um motociclista.
“Essa condutora, segundo pessoas que estiveram no local, estaria visivelmente embriagada. Esses fatos configuram um crime do artigo 306 do Código de Trânsito. Em razão disso, assim que tivemos ciência dos fatos ainda pela mídia, solicitamos à DHPP o compartilhamento dos elementos de prova. Essa condutora estará sendo chamada à Delegacia de Delitos de Trânsito para responder pelos fatos que praticou em princípio pelo crime do artigo 306 do Código de Trânsito”, disse.
A informação foi dada à TV Vila Real.
Na noite do homicídio, o carro em que o agente socioeducativo e sua namorada estavam avançou na contramão e uma aglomeração de pessoas se formar no local, gerando grande confusão.
O vereador Paccola aparece e faz os disparos nas costas de Alexandre Miyagawa.
Ele passava pelo local e disseque foi informado que o agente estava armado e ameaçava a companheira dele.
O parlamentar afirmou, ainda, que chegou a dar voz de prisão, mas a vítima teria reagido.
Em entrevista à imprensa, Paccola alegou que seguiu um “procedimento técnico” e agiu de “forma correta” diante da situação.
O vereador se apresentou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) espontaneamente e responde o inquérito em liberdade.
INVESTIGAÇÃO – Na tarde da última quinta-feira (7), o delegado Hércules Batista, da Polícia Civil, responsável pela investigação, afirmou que a apuração sobre o caso deve ser concluída em 30 dias, podendo ser prorrogado, e está sendo feita “sem paixões e sem adentrar em outras visões”.
Mais de 10 testemunhas já foram ouvidas e outras ainda devem depor.
Além dos depoimentos, perícia nas armas da vítima e de Paccola bem como as imagens de câmaras de segurança instaladas no local, vão subsidiar as investigações.
MPE – O Ministério Público do Estado (MPE-MT) também informou que quatro promotores de Justiça integrantes do Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público Estadual (MPE) já atuam em uma força-tarefa com a Polícia Civil na investigação do homicídio.
O grupo tem, inclusive, a prerrogativa legal de representar pela prisão do acusado.
AFASTAMENTO – Também na quinta-feira (7), a Procuradoria da Câmara dos Vereadores entregou um parecer favorável ao pedido de afastamento do parlamentar.
A vereadora Edna Sampaio (PT) entrou com uma representação por quebra de decoro parlamentar com pedido de urgência de afastamento cautelar do vereador, além de outro pedindo a cassação do mandato.
Fonte: www.diariodecuiaba.com.br