O vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa, enfatizou nesta sexta-feira (8) que a desistência da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos significa jogar dinheiro público no lixo. O gestor participou da ação de fiscalização realizada pela Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados, que percorreu diversos pontos na Capital e em Várzea Grande onde as obras do modal estão inacabadas.
“Essa é, na realidade, uma situação extremamente lamentável. Um verdadeiro desperdício dinheiro público. Estamos vendo mais de R$ 1 bilhão sendo jogados no lixo. E é para isso que estamos tentando chamar atenção. É isso que tentamos mostrar para a comissão federal. É importante reunirmos forças, com participação do Congresso Nacional, para que possamos resgatar o VLT”, disse Stopa.
O vice-prefeito lembrou ainda que o valor é referente apenas aos investimentos feitos nas obras, mas que é preciso levar em consideração as dificuldades que a população já enfrentou por conta desse imbróglio nos últimos anos. De acordo com ele, não dá para desconsiderar todo desgaste causado, os prejuízos aos comerciantes, e outros fatores oriundos das obras nas duas cidades.“Por muito tempo a população enfrentou diversas alterações em sua rota, o trânsito ficou mais carregado, mais estressante. Comerciantes tiveram suas situações financeiras diretamente afetadas, muitos fecharam as portas. Imagina agora essas pessoas, que fizeram todos esses sacrifícios, tendo que aceitar o abandono da obra. Vamos simplesmente enterrar tudo isso sem nenhum retorno positivo à população?”, questionou o vice-prefeito.
Para o gestor, a vistoria técnica realizada pela comissão de deputados federais pode representar mais um passo dado para mudar essa situação. Ele destacou ainda que o VLT é uma realidade em todas as cidades modernas do mundo e utilizado como um dos principais meios de transporte público ofertado à população. Dentro desse contexto, Stopa avaliou que Cuiabá não pode regredir e adotar a implantação do Ônibus de Rápido Transporte (BRT).“Nós acreditamos na comissão de transporte, acreditamos no Tribunal de Contas da União, acreditamos no Ministério Público Federal, e temos a certeza que uma atitude racional no sentido da retomada das obras do VLT vai acontecer. Não faz sentindo Cuiabá, que está nesse processo de modernização, caminhar para trás, ir ao sentido contrário, e abrir mão de uma obra na qual já foi investido tanto e que pode sim ser concluída”, pontuou.
A Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados é presidida pelo deputado federal Hildo Rocha, e sua vinda foi articulada pelo deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (Emanuelzinho). A fiscalização nas obras do VLT foi aprovada na Câmara Federal em maio de 2022, após requerimento apresentado pelo deputado federal Gutemberg Reis e subscrito pela também deputada federal Christiane de Souza Yared.
O VLT
Com 22 quilômetros de extensão, ligando Cuiabá e Várzea Grande pelos eixos Aeroporto-CPA e Porto-Coxipó, o VLT possui 40 trens com sete vagões. Cada trem comporta 400 pessoas, com capacidade de transportar mais de 100 mil pessoas por dia.
O modal é movido à tração elétrica, com velocidade máxima 70 km/hora. Além disso, é equipado com ar-condicionado, sistema de entretenimento, áudio e vídeo, caixa preta para registro de eventos e dados de voz, câmeras de vigilância interna e externa.
O sistema de economia de energia possui baterias e supercapacitores que captam a força nas frenagens, armazenam a energia e utilizam na tração do veículo, garantindo mais sustentabilidade ao meio de transporte.
Fonte: copopular.com.br