Diretor de Implantação e Planejamento do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Rio de Janeiro, José Piccoli Neto, afirmou durante Conferência Municipal sobre o Modal de Transporte Público (VLT X BRT), que a troca do modal representa um desperdício de recursos públicos. Pouco mais de R$ 1 bilhão já foram investigos.
A declaração ocorreu nesta quinta-feira (07), por meio de videoconferência, exibida no auditório da Associação Mato Grossense dos Municípios (AMM), na capital. Em sua justificativa, o gestor defendeu que não há motivos para retroceder, uma vez que a estrutura concluída até o momento, de seis quilômetros, encontra-se em excelentes condições de uso até o aguardo da conclusão totalitária do projeto. Na oportunidade, ele aproveitou para citar como exemplo de iniciativa inovadora, a boa eficiência conquistada pelo transporte na cidade carioca.
“Sempre fui a favor do VLT e, em minha opinião, devemos finalizar o que já foi feito até agora. Não tem sentido jogar fora R$ 1 bilhão de materiais ou vender. O Estado não pode vender aquilo que ele não recebeu, simplesmente porque se trata de uma garantia dos empréstimos realizados. O VLT no Rio de Janeiro está operando comercialmente, mais de 26 km, sem o menor problema. Em Mato Grosso essa obra não pode ser tratada como um papel e um contrato precisa ser obedecido e respeitado e não alternando conforme o critério de cada um, melhorando os serviços públicos no Brasil, então o segredo é uma Parceria Público Privada (PPP)”, defendeu.
O prefeito Emanuel Pinheiro agradeceu a presença e defendeu que decisão final não deve ocorrer de forma isolada, mas sim, com a participação direta da sociedade e entidades representativas.
“É preciso sentar à mesa e mostrar o que é de verdade em cada um dos modais e não seguir opiniões politizadas, atendendo realmente aqueles que mais precisam, os usuários do transporte coletivo da região metropolitana, e é isso que queremos da nossa capital. Quero agradecer muito aos ilustres que abrilhantaram esse debate histórico”, comentou o gestor.
O ex-secretário da Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos e secretário-geral da Associação Latino-Americana de Ferrovias (ALAF), Jean Carlos Pejo, apontou que, caso o projeto de BRT se concretize, acarretará um alto custo ao bolso da população, tendo em vista as poucas evidências que de fato comprovem a sua real aplicabilidade.
“É a mesma coisa que um restaurante que para manter o preço, diminui a qualidade dos serviços prestados, pois milagre ninguém faz e quem paga o preço é o povo, que ficará sem um sistema consistente que é o VLT, com todo o conforto e comodidade, para um BRT incompleto, ou seja, a sociedade paga duas vezes por algo que já foi contratado para conexão desses municípios. No ponto de vista técnico, não há nenhuma justificativa para troca”, concluiu.
O encontro contou ainda com um espaço técnico para o debate entre as referências apresentadas, possibilitando uma vasta troca de conhecimentos e informações em torno dos temas propostos.
Fonte: gazetadigital.com.br