A redução dos preços do etanol hidratado vem chamando à atenção dos consumidores e causando até filas nas bombas em postos localizados em Cuiabá e Várzea Grande. Em geral, a média está entre R$ 3,99, R$ 3,97 e R$ 3,89, porém, já há postos ofertando litro a R$ 3,67 e R$ 3,69, o que rende uma diferença de até R$ 0,32 entre o maior e menor valor observado pelo MT Econômico. Em Várzea Grande, na região conhecida como Zero Km, a concorrência acirrada entre dois revendedores instaurou uma verdadeira ‘guerra de preços’ na cidade e que se reflete, inclusive, do outro lado da ponte, na Capital.
Os postos revisam os valores de bomba por mais de uma vez ao longo do dia e deixam fixados valores com dois centavos de diferença entre um e outro estabelecimento. “Você passa sete hora da manha aqui e o etanol está num valor. Antes do meio, já baixaram. Um resolve abaixar e o outro segue e reduz mais dois centavos”, conta Daniel Albuquerque, que trabalha na região. “Eu deixo para abastecer sempre depois do meio dia”, brinca.
Essa ‘guerra de preços’ na região, potencializada no final da semana passada, tem causado uma espécie de ‘efeito cascata’ sobre os revendedores das duas cidades. Nesse período em que a disputa se acirrou o preço de bomba do biocombustível saiu da casa dos R$ 4,15 para atuais R$ 3,67. Um frentista do posto, que é bandeirado pela BR Distribuidora, explica que as baixas ocorrem sempre com o objetivo de aumentar o fluxo de caixa, especialmente na virada do mês. Mas, basta um posto estreitar mais a margem de lucro e reduzir além do esperado, que outros postos seguem para não perder vendas. E assim se instala a ‘guerra de preços’.
Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do etanol em Mato Grosso encerrou junho acima dos R$ 4, impondo mais um recorde à série histórica local. No mês passado o valor médio foi de R$ 4,688, 14,17% acima da média contabilizada em igual momento do ano passado – quando o preço dos combustíveis iniciava sua escalada – apontando R$ 4,106, quando rompeu o teto dos R$ 4 pela primeira vez.
REGIONAL – Por meio de outro indicador, que também avalia o comportamento de preços dos combustíveis, o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), é possível observar que na primeira quinzena de junho, a região Centro-Oeste registrou um recuo de 3,25%, em relação a maio, no preço do litro do etanol e fechou o período a R$ 5,48. O preço da gasolina apresentou redução de 0,34% e fechou a quinzena a R$ 7,54.
Na análise regional, o Distrito Federal registrou o preço mais alto para a gasolina, que fechou a R$ 7,80, com alta de 0,59%, e foi o único acréscimo registrado em toda a região para o combustível. A gasolina com o menor preço médio foi comercializada em Mato Grosso, a R$ 7,34.
Assim como para a gasolina, o etanol mais caro foi registrado no Distrito Federal, a R$ 6,25, mesmo com recuo de 3,26% no preço. Como reflexo da redução de 4,12%, Goiás apresentou o menor preço médio para o combustível e fechou o período a R$ 4,98.
Novamente, Mato Grosso registrou as maiores médias para os dois tipos de diesel. O tipo comum fechou a quinzena a R$ 7,39, com alta de 0,39%, e o S-10, a R$ 7,59, com acréscimo de 0,84%. Já a menor média para o tipo comum foi comercializada nas bombas de abastecimento de Goiás, a R$ 7,00. O tipo S-10 com o menor preço foi encontrado no Mato Grosso do Sul, a R$ 7,18, e apresentou estabilidade no preço em relação ao mês anterior.
“Diferentemente do mês passado, em que quase todo o Centro-Oeste apresentou alta no preço da gasolina e do etanol, neste início de mês, o cenário mudou, e recuos expressivos foram identificados pelo IPTL em quase toda a região. Já o diesel continua em alta. A gasolina segue como opção mais economicamente viável para os motoristas do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul e o etanol, para quem abastece em Goiás e Mato Grosso”, aponta Douglas Pina, Diretor-Geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil.
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Fonte: matogrossoeconomico.com.br