Comandante-geral da PM admite guerra entre facções em MT

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Coronel Alexandre Mendes diz que corporação tem trabalhado para combater os criminosos

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, admitiu nesta quarta-feira (29) que Mato Grosso vive uma guerra entre facções criminosas, o que tem resultado na morte de integrantes e até mesmo inocentes.

“Realmente o que se está percebendo é uma guerra, uma disputa por espaço”, afirmou o comandante da PM, durante evento que marcou a entrega do raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.

De acordo com Mendes, a Polícia Militar tem trabalhado no combate a esse tipo de organizações, no entanto, a sua própria dinâmica de atuação dificulta o trabalho.

“Eles têm leis próprias em que a partir do momento que um dos integrantes sai e vai pro outro, já é taxado de morte. Então infelizmente tem alguns casos”, explicou.

Em Mato Grosso, a facção com maior poder é o Comando Vermelho. Mas o PCC (Primeiro Comando da Capital) também tem forte atuação.

Segundo ele, a Polícia Civil se encarrega de investigar para prender os autores dos crimes, enquanto a Polícia Militar ativa e intensifica o policiamento ostensivo na tentativa de evitá-los.

Dois casos recentes estamparam noticiários locais e da Capital e evidenciam a faceta violenta e implacável das facções criminosas.

Justiça para quem?

Apesar de terem suas próprias “leis” a execução dos mecânicos Sandro Gonçalves Perini, de 34 anos, e Arison Rafael Ramos da Silva, de 22, mostram o quanto elas ficam aquém da justiça.

Os trabalhadores foram mortos por engano a mando da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Cáceres (a 219 quilômetros de Cuiabá).

A investigação da Polícia Civil apontou que o crime, ocorrido no dia 22 no Município, aconteceu como forma de represália a outro ataque encomendado por membros da organização rival Comando Vermelho (CV).

O alvo, no entanto, conforme informou a Polícia, seria outro mecânico que também trabalhava na oficina de motos e conseguiu fugir durante o ataque.

Sem ter absolutamente nada a ver com as “acusações” da facção, Sandro e Arison morreram a tiros nos fundos do estabelecimento comercial.

O atentado que motivou a encomenda do crime, segundo a Polícia, aconteceu no dia 3 de junho, em um bar do Bairro Cavalhada.

O local estava lotado e a correria após o início dos disparos foi registrada por câmeras de segurança.

Na ocasião três pessoas ficaram feridas, sendo dois homens, de 20 e 43 anos, e a técnica de enfermagem Luiza Gonçalves Veloso, de 39 anos. Ela morreu após passar16 dias internada em uma unidade de saúde.

Quatro adultos, com idade entre 18 e 25 anos, e dois adolescentes foram conduzidos por suposto envolvimento com a execução dos mecânicos.

Sem medo de serem pegos

Outro caso que repercutiu na mídia foi o da jovem Monique Araújo, conhecida como “Mandraka”. Ela foi baleada seis vezes em uma pizzaria de Cáceres (a 261 km de Cuiabá), na noite do dia 7 de junho, e sobreviveu ao ataque.

Dessa vez, câmeras de segurança registram a ação do criminoso, que se aproximou e “descarregou” a arma na jovem, mesmo com certa quantidade de testemunhas no local. Monique estava acompanhada de duas amigas.

A jovem ficou internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cáceres. Dos seis tiros disparados contra a jovem, nenhum deles atingiu órgãos vitais.

Dois criminosos, um deles o atirador, foram presos pela Força Tática e confessaram que estavam na cidade para fazer o serviço de matar Monique. Ela seria membro de uma facção rival a da dupla.

 

 

 

 

Fonte: www.midianews.com.br


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