Junho é o mês dos festejos dos Santos mais populares da Igreja: Santo Antônio, São João e São Pedro. O primeiro é celebrado no dia 13, Santo Antônio de Pádua. Francisco de Assis, que encontrou o jovem frei Antônio por ocasião do capítulo geral, ocorrido no Pentecostes de 1221, chamava-o de “o meu bispo.” Antônio, cujo nome de registro é Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195 e morreu em Arcella a 13 de junho de 1231, a um quilometro dos muros de Pádua. Aos 15 anos entrou para o colégio dos cônegos regulares de santo Agostinho e, em apenas nove meses, aprofundou tanto o estudo da Sagrada Escritura que foi chamado mais tarde por Gregório IX “arca do Testamento”. Morou alguns meses em Messina, no convento dos franciscanos, cujo prior o levou consigo a Assis para o Capítulo geral, onde conheceu “o trovador de Deus”, Francisco de Assis, pessoalmente.na província da Romagna viveu como eremita num convento perto de Forli, incumbido das funções de cozinheiro e na obscuridade até que os seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália setentrional e pela França a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos albigenses era mais forte.
No dia 24 celebramos a Natividade de São João Batista. João, filho de Zacarias e Isabel, ambos de estirpe sacerdotal, cujo nome significa “Deus é propício” e conhecido como o precursor do Messias Jesus. A sua missão de fato será semelhante “no espírito e no poder” àquela do profeta Elias, enviado para preparar “um povo perfeito” para o advento do Messias. É ele que “estremece de alegria” quando Maria visita sua mãe Isabel. É enviado para “endireitar os caminhos do Senhor”. A celebração da Natividade do Batista é, com a do nascimento de Jesus e de Maria, a única festa litúrgica que a Igreja dedica ao nascimento de um santo. São João Batista é o primeiro santo venerado na Igreja universal com uma festa litúrgica particular, em data antiquíssima. Santo Agostinho nos diz que o santo era comemorado a 24 de junho na Igreja africana. Na história da Redenção, João Batista está entre as personalidades mais singulares: é o último profeta e o primeiro apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. A 29 de agosto a Igreja lembra, com uma segunda comemoração litúrgica, o martírio do Batista, protótipo do monge e do missionário.
Aos 29 de junho, temos a festa, ou melhor, a solenidade mais antiga e solene do ano litúrgico dos Santos Pedro e Paulo, apóstolos e mártires. Ela foi inserida no santoral muito antes da festa do Natal e havia desde o século IV o costume de celebrar neste dia três Missas. A primeira na basílica de são Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de são Paulo fora dos muros e a terceira nas catacumbas de são Sebastião, onde as relíquias dos dois Apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para subtraí-las à profanação. Depois da Virgem Santíssima, são precisamente são Pedro e são Paulo, juntamente com são João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico: além da festa do dia 29 de junho há de fato o dia 25 de janeiro (conversão de S. Paulo), 22 de fevereiro (cátedra de S. Pedro) e 18 de novembro (dedicação das basílicas dos santos Pedro e Paulo). Por muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano de 67, são Pedro na colina Vaticana e são Paulo na localidade agora denominada Três Fontes testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue. Na realidade, embora o fato do martírio seja um dado histórico incontestável, e está, além disso, provado que isto aconteceu em Roma durante a perseguição de Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da morte dos dois apóstolos. Enquanto para são Paulo existe uma ceTrta concordância entre testemunhas antigas indicando o ano de 67, para são Pedro há muitas discordâncias, e os estudiosos parecem preferir agora o ano de 64, ano em que, como atesta o historiador Tácito, “uma enorme multidão” de cristãos percorreu na perseguição que se seguiu ao incêndio de Roma.
Fonte: Um Santo Para cada Dia; Paulus, 1996, pags 186, 18 e 203
*Édio Bosco Botelho
Bematense, Bel. em Direito, escritor