O mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), concluído no último dia 22, mostra que aproximadamente 20% das exportações de milho do país são realizadas pelo porto de Barcarena (Pará). Das 16,99 milhões de toneladas do cereal embarcadas entre janeiro e novembro deste ano, 3,36 milhões tiveram como destino o porto do município paraense. Barcarena também tem ganhado espaço nos embarques de soja. Neste ano, cerca de 10% do volume exportado da oleaginosa foi realizado neste porto do Arco Norte.
“Santos (SP) e Paranaguá (PR) ainda são importantes para as exportações de milho e soja do país. Mas os portos do Arco Norte têm conquistado importante fatia no mercado nos últimos anos, principalmente após a finalização da BR-163 e dos investimentos para o desenvolvimento logístico na região. Isso faz com que Barcarena já se coloque entre os principais destinos para os agricultores que desejam comercializar sua produção, uma vez que a unidade portuária apresenta espaço para expansão dos embarques”, pondera o superintendente de Logística Operacional da Companhia, Thomé Guth.
Mesmo com o crescimento registrado nos volumes embarcados, o porto paraense opera abaixo da capacidade máxima. De acordo com a análise publicada pela Conab, atualmente os trabalhos atingem entre 50% e 60% da capacidade total. Os Terminais de Uso Privado (TUP) de Barcarena possuem capacidade estática entre 140 mil e 250 mil toneladas. Já a capacidade de expedição gira em torno de 1,5 mil e 2,0 mil toneladas/hora.
Apesar do porto apresentar potencial de crescimento, a condição atual de fluxo de escoamento da rodovia BR-163, que liga o Nortão e o Médio Norte de Mato Grosso e a região Sul paraense ao Porto de Miritituba, município de Itaituba (PA), pode comprometer a dinâmica de carregamento em Barcarena. O desafio pode ser contornado com a construção da Ferrogrão, ferrovia que ligando Sinop a Miritituba pretende consolidar o corredor logístico barateando o frete e impulsionando o escoamento da produção do Mato Grosso para os portos do Arco Norte.
Quanto ao valor frete, o boletim logístico também traz informações sobre o panorama do mercado de frete em importantes estados produtores de grãos. De acordo com o documento, a liberação dos armazéns para recepcionar a próxima safra de soja é um fator de influência nas cotações dos serviços de transporte, principalmente em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Em Mato Grosso, o grande fluxo de fertilizantes também exerce pressão nas cotações, visto que o interesse por parte dos demandantes por transportes por rotas envolvendo, especialmente, Santos e Paranaguá está elevado. Neste cenário, as perspectivas para dezembro são de manutenção de preços em patamares mais elevados ou até mesmo de aumento. “É prevista uma redução na disponibilidade de caminhões, devido às proximidades das festividades de final de ano, ao mesmo tempo, os compromissos logísticos persistem. Vale lembrar que a Companhia estima a maior safra de soja para o estado, devendo superar 38 milhões de toneladas”, reforça Guth.
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