Um pouco da história da instituição que há 180 anos em Mato Grosso é responsável por investigar delitos criminais está retratada nas páginas do livro publicado nesta terça-feira, 24 de maio, quando se comemora o aniversário de quase dois séculos da Polícia Civil do estado.
A noite de comemoração reuniu centenas de policiais civis ativos e aposentados nos jardins do Sesc Arsenal, em Cuiabá, que se confraternizaram para celebrar o lançamento do livro dos 180 anos da instituição, criada em 24 de maio de 1842. A noite foi animada pela banda sinfônica criada pela Delegacia Regional de Barra do Garças e formada por indígenas da etnia Xavante, do Araguaia, e servidores da unidade policial.
História e evolução
A criação da Polícia Civil em Mato Grosso está intrinsecamente ligada à história do estado, desde o período em que as terras de Rondon ainda eram uma capitania. Com a constituição brasileira de 1824 foram normatizadas a formação das posturas policiais nas então províncias e na reforma do Código de Processo Criminal em 1841 foram separadas as funções policiais da justiça, passando aquelas aos chefes de polícias e aos delegados. Daí então, é criada a Polícia Civil de Mato Grosso, com a escolha política do chefe da instituição entre desembargadores, juízes de direito, subdelegados e cidadãos, uma vez que era obrigatória sua aceitação.
Do século 17 até os dias atuais, passando por vários momentos da história institucional, as páginas do livro mostram a evolução da Polícia Civil, com alguns registros contados por servidores que fizeram parte de investigações marcantes, como é o caso do investigador João Sant’Ana, que colaborou com a cessão de um acervo que parte da crônica policial mato-grossense. “Foram 35 anos na Polícia Civil de Mato Grosso e o livro é uma importante contribuição para que outras gerações possam conhecer a história de quem fez parte da nossa polícia. É muita gratidão ser lembrado”, agradeceu o policial.
Diretor-geral entre os anos de 2077 e 2010, o delegado José Lindomar Costa prestigiou o lançamento do livro institucional e lembra de momentos históricos e da evolução que a Polícia Civil vem conquistando. “Reviver tudo o que se passou no estado de Mato Grosso e projetar nosso futuro”, destacou Lindomar, que preside a Associação Mato-grossense dos Delegados.
A partir da década de 70, com a divisão de Mato Grosso, a área de segurança pública foi estruturada e novos critérios incentivaram a nomeação para os cargos judiciários e policiais. Em 1972, o bacharel Sérgio Adib Hage foi nomeado para o cargo de Diretor-geral de Polícia. Quase dez anos depois, o Governo do Estado encaminha projeto de lei com a criação da Polícia Civil de carreira e em 1985 é realizado o primeiro concurso para preenchimentos dos cargos de delegados, escrivães e agentes policiais.
Diretor-geral na gestão de 2012 a 2014, o delegado Anderson Garcia, conta um pouco da vivência policial no livro e destaca a importância de uma obra que mostra o trabalho de centenas de policiais civis ao longo de quase dois séculos. “É uma obra literária que fica para recordar a história, com valores e principios que construíram a instituição e firmam o trabalho daqueles que fazem parte da Polícia Civil de Mato Grosso”.
O livro foi organizado por uma comissão composta por delegados, escrivães e investigadores, que reuniram um acervo de fotos e textos para montar a obra.
Das viaturas modelo Jeep de capota de aço às atuais camionetes, delegacias em prédios de madeira até as modernas edificações atuais, o livro dos 180 anos mostra um pouco de toda a trajetória de homens e mulheres que fizeram a história da Polícia Civil, até a atualidade, onde a tecnologia é parte essencial do trabalho investigativo. Do simples toque na tela de um celular para acessar os mais diversos aplicativos que facilitam o trabalho policial ao inquérito eletrônico, ferramenta que tornou todos os procedimentos totalmente digitais e integrados ao Processo Judicial eletrônico.
“Somos em 156 unidades policiais, presentes na maioria dos municípios de Mato Grosso, e vivemos um momento de grandes investimentos, com tecnologias empregadas que são exemplo para outros estados brasileiros. E cada vez mais nossa meta é aprimorar a atuação, pois esse é nosso futuro”, finalizou a diretora de Execução Estratégica, Daniela Maidel, que representou o delegado geral, Mário Dermeval Aravéchia de Resende.
Fonte: www.folhamax.com