Segundo consultoria técnica do TSE, aliança firmada para Governo deve ser repetida na senatória
Um parecer da consultoria do Tribunal Superior Eleitoral aponta que os partidos políticos não poderão fazer coligações diferentes para a disputa pelo Governo do Estado e pelo Senado, nas eleições de outubro. No entendimento da consultoria da Corte Eleitoral, as alianças formadas para um dos cargos terão que ser mantidas para a disputa do outro, o que complica a situação de algumas legendas para o pleito deste ano em Mato Grosso.
O imbróglio gira em torno das pré-candidaturas ao Senado de Wellington Fagundes (PL), que ocupa o cargo e tenta a reeleição, além de Neri Geller (PP), atualmente deputado federal. Os dois disputam o apoio do governador Mauro Mendes (UB), que deve buscar uma recondução ao posto. Além de PP, PL e União Brasil, observam atentamente a construção de arcos de aliança o MDB e o PSD.
Todos estes partidos pretendem se movimentar em busca de apoiar a reeleição de Mauro Mendes ao Governo do Estado, mas esbarram no nome para o Senado. O governador se aproximou do presidente da República, Jair Bolsonaro, que por ser do PL, apoia Wellington Fagundes na disputa. Se mantiver a aliança, o chefe do Executivo estadual corre o risco de perder o apoio do PP, PSD e MDB, que já declararam que seguirão no apoio a pré-candidatura de Neri Geller.
Acompanham atentamente esta questão, mas correndo por fora, o PSB, que quer lançar a médica Natasha Slhessarenko também ao Senado, e o Republicanos, do vice-governador Otaviano Pivetta, que certamente estará na chapa para reeleição juntamente com Mauro Mendes. Este último tem uma simpatia maior pelo nome de Wellington Fagundes, em detrimento a Neri Geller, com quem “rivaliza” na região de Lucas do Rio Verde.
“Caso os partidos A, B, C e D decidam coligar também para o cargo de Senador da República, tal aliança deverá ocorrer necessariamente no âmbito da mesma coligação formada para o Governo do Estado, porquanto permitida uma única coligação majoritária na mesma circunscrição”, diz o parecer, assinado pela assessora-chefe da Assessoria Consultiva do TSE, Elaine Carneiro Batista Staerke de Rezende.
No parecer, ela aponta que a mudança na legislação evidenciou a preocupação na consolidação de arranjos partidários mais coerentes, contemplando estruturas político-partidárias com afinidades que permitam uma união duradoura e proficiente. A consultora aponta ainda que estas convergências nos ideais, em programas e projetos, são capazes de permitir uma aliança que extrapola a eleição e se estabelece na atuação política dos envolvidos, nos legislativos e cargos políticos que venham a ser ocupados.
“Nessa perspectiva, a inovação legislativa com a figura das federações só reforça a necessidade de uma nova perspectiva moral a ser observada pelos partidos políticos por ocasião de suas associações com outras agremiações, pois o aperfeiçoamento do sistema político pátrio requer mais coerência e comprometimento dos players com as bandeiras, programas e projetos defendidos. É consabido que as coligações partidárias visam precipuamente a alavancar as chances de eleição. As estratégias, inerentes ao jogo político, contudo, não podem se dar em alheamento a valores da mais elevada envergadura, a exemplo dos acima expostos”, conclui.
SEM MURO
O parecer “rechaça” uma das soluções apontadas pelo senador Jayme Campos (UB) para o pleito deste ano. Recentemente, ele admitiu que o palanque governista poderia abrigar duas candidaturas ao Senado com Mauro Mendes adotando tom de “neutralidade”.
Porém, o próprio governador já deu declarações afirmando que irá tomar uma decisão sobre o apoio ao Senado. “Não sou de ficar em cima do muro e no momento certo decidirei”, disse Mauro, que afirma não ter dado nenhuma palavra de apoio a Neri ou Wellington.
Fonte: www.folhamax.com