Levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta mais um custo recorde para safra 2022/23, dessa vez sobre o milho. A projeção de custo estima cerca R$ 3,2 mil o hectare plantado, cifras que se confirmadas, serão recorde.
Conforme o Imea, o custo de produção da safra 2022/23 de milho registrou nova alta em março. Os dados do último relatório divulgado pelo Instituto na segunda-feira (18/04) mostravam um custeio da safra futura, com milho de alta tecnologia, em R$ 3.265,08 por hectare (ha), um aumento de 1,21% ante a fevereiro desse ano.
Essa alta, de acordo com a analista do Imea, se deu pela majoração sobre o custo dos macronutrientes em 1,42%, impactados pela valorização nos preços dos fertilizantes em março, devido às incertezas quanto à oferta do produto no mercado internacional.
“Para se ter uma ideia, no mês passado o preço do MAP, da ureia e do KCL, aumentou de 107,95%, 95,60% e 155,08%, comparado com o mesmo período do ano passado, respectivamente. Por fim, além da alta nos preços, o desafio dos produtores para a próxima safra se estende em relação à disponibilidade dos produtos, que estão sendo afetados fortemente pelas sanções à Russía e à Bielorússia, crise energética na China, entre outros fatores que si aumentam a apreensão do mercado e consequentemente, elevam cotações”.
COTAÇÕES – Durante a última semana, as cotações do contrato de jul/22 de milho na CME Group – Bolsa de Chicago – atingiram o recorde de US$ 8,10/bushels, máxima dos últimos 10 anos. Dessa forma, os conflitos (Rússia e a Ucrânia) seguem pautando um cenário incerto em relação à oferta do milho ucraniano, pois o país é o quarto maior exportador mundial do cereal.
Outro ponto que culminou com a alta tem a ver com as preocupações quanto às previsões climáticas nos EUA, devido à estimativa de geada para as regiões produtoras do cereal do país. Apesar disso, é muito cedo para definir o cenário da safra norte-americana, visto que, os trabalhos iniciaram neste mês e a estimativa da área de milho é recorde para a temporada.
Apesar de o dólar apresentar recuo nas últimas semanas, os recordes nas cotações em Chicago na semana passada, somado a uma menor oferta do milho esperada no mercado mundial, estimularam a alta de 3,19% na paridade de jul/22 ante a semana passada.
Fonte: diariodecuiaba.com.br