Será que “volta o cão arrependido”? Acontece que Elon Musk ainda pode desistir de comprar o Twitter. No começo da semana, o bilionário sul-africano CEO da Tesla e da SpaceX fechou acordo para adquirir a rede social por US$ 44 bilhões. Mas, alguns percalços em seus outros negócios podem fazer com que ele mude de ideia.
Essa possibilidade, claro, não passa pela falta de dinheiro. O Morgan Stanley garante o financiamento para que Musk pague pelo Twitter. Há ainda uma cláusula no acordo, prevendo que se alguma das partes renegar o contrato, há uma taxa de US$ 1 bilhão a ser paga. Outra fala em “desempenho específico”, que forçaria o bilionário a concluir a compra se ameaçar desistir.
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Mas, para as analistas da Reuters Lauren Silva Laughlin e Gina Chon, Elon Musk é totalmente capaz de mudar de ideia. Isso porque, elas lembram, a Tesla viu suas ações despencarem desde que o CEO revelou sua participação nos paéis do Twitter.
O motivo é simples: para selar o acordo de compra da rede social, ele talvez tenha que vender parte das ações da Tesla para financiar a “nova aventura”, como chamam as analistas. Assim, uma recuperação na montadora de veículos elétricos, em caso de desistência do negócio, compensaria, e muito, a multa de quebra de contrato.
Outro problema também envolve a marca de carros de Elon Musk, mas inclui ainda a China. Isso porque o gigante asiático tem uma contenda com o Twitter por causa de Hong Kong. O microblog desafiou Pequim no tratamento do conteúdo relacionado aos protestos no território autônomo.
É lá que a Tesla produz metade dos carros e um quarto da receita. Assim, as colunistas argumentam que o governo chinês pode “prender” a montadora, com o Twitter como “resgate”. O que é desconfortável para o sul-africano, já que ele se autoproclama um “absolutista da liberdade de expressão”.
Elon Musk ainda vai ter que enfrentar outros órgãos, como a União Europeia. O comissário Thierry Breton disse, ao Financial Times, que a empresa precisa policial conteúdo ilegal ou prejudicial, sob o risco de ser banida. Os reguladores dos Estados Unidos são mais liberais, mas big techs como a Apple podem escolher quais aplicativos aparecem em sua loja.
Assim como quando prometeu, em 2018, criar uma empresa de biscoitos de amendoim para enfrentar a confeitaria americana de Warren Buffett, See’s Candies. E que ele logo em seguida mudou de ideia. Então, pode ser mesmo que “volte o cão arrependido”.
Fonte: olhardigital.com.br/