Diretores da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) se reuniram com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, no final da semana passada, para solicitar o reconhecimento do estado de emergência na suinocultura mato-grossense. De acordo com a Associação, a medida permitirá ao governo do Estado conceder incentivos aos produtores, tornando a atividade sustentável novamente.
Com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, além dos senadores por Mato Grosso Wellington Fagundes e Fábio Garcia, o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, contou que o cenário da atividade beira o colapso e pode se tornar irreversível.
“Estamos há meses alertando sobre os prejuízos que os produtores estão arcando por conta do alto custo de produção e do baixo valor pago ao suinocultor pelo quilo do animal, o que acarreta em perdas de até R$ 300 por animal vendido. Declarar situação de emergência na atividade pode ser a única forma de reverter este cenário desfavorável e salvar a produção do nosso Estado, pois assim será possível a implantação de medidas que auxiliem aos produtores neste momento”, explicou Rodrigues.
A alta no preço do milho e do farelo de soja, principais insumos para a ração fornecida aos animais, elevou o custo de produção para quase R$ 7,00 para produzir um quilo da proteína, enquanto o valor médio pago ao suinocultor pelo quilo do animal está em torno de R$ 4,50.
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Em menos de dois meses, esta é a segunda vez que a Acrismat se reúne com o titular da Pasta de Agricultura no País para tratar da crise na suinocultura. Em fevereiro, uma comitiva da Associação participou de audiência com a então ministra, Tereza Cristina. Na oportunidade foi solicitada a prorrogação do prazo de pagamento dos custeios da atividade em um ano, conforme Manual de Crédito Rural, além do pedido da reativação da linha de crédito de custeio, direcionada para a Retenção de Matrizes Suínas e a concessão de limite de crédito.
Durante o encontro, o secretário da Sedec/MT, Cesar Miranda, afirmou desejo de ajudar o setor e com o reconhecimento da situação de emergência isso será possível. Essa solução tributária permitirá ao Estado desonerar o produtor e assegurar a manutenção dos empregos e renda no Estado.
O ministro afirmou que priorizará a demanda e que a iniciativa de dividir entre União e Estado a responsabilidade com os produtores é interessante para todos. “Vamos trabalhar isto com prioridade no Ministério e vamos analisar a possibilidade de estender a compensação ao setor a outros estados produtores de suínos”, destacou Montes.
De acordo com levantamento da Acrismat, a cadeia da suinocultura é responsável pela geração direta e indireta de 20 mil postos de trabalho em Mato Grosso, e segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2021 foram abatidas mais de 3,2 milhões de cabeças.
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Fonte: matogrossoeconomico.com.br