O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT, Rodrigo Fonseca Costa, defende que o Estado não pode ser responsável pelas atitudes de seus membros e que a conduta criminosa deve ser individualizada, já que o erro se trata de uma ação do indivíduo e não da instituição. A declaração faz referência ao fato de que os projéteis que mataram o advogado Renato Nery eram da Rotam e a arma da segurança pública do Estado.
“É óbvio que vai ser apurada essa responsabilidade. O Estado não pode ser responsável pelas atitudes de seus membros. Quem erra é o membro, não é a instituição, e se algum membro de qualquer instituição errar, ele tem que ser punido”, argumentou.
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Questionado sobre a checagem de antecedentes e o uso de critérios mais rigorosos para seleção de policiais para atuar na Casa Militar e outros espaços, já que um dos presos na Operação Office Crimes é ex-segurança do governador Mauro Mendes, Wailson Alesandro Medeiros Ramos, Fonseca frisou ser necessária a revisão do passado do servidor.
“Toda a boa-fé é presumida, quando você traz, seja para o Ministério Público, seja para o Executivo ou o Judiciário, você traz uma quantidade de policiais e presume-se que eles são bons policiais. Você não tem como prever o que uma pessoa vai fazer no futuro. Seria quase um exercício de futurologia. Então, o que você pode é ver o que ela fez no passado, se até ali ela não teve problemas, você vai trazer ela para dentro da instituição”, alegou.
O procurador ainda defendeu que haja maior monitoramento por meio de câmeras de vigilância instaladas nas ruas das cidades para registrar ações de criminosos, mas também de policiais, em detrimento das câmeras nas fardas dos agentes de segurança.
“A gente tem que monitorar as ruas. A partir da hora que a gente monitora as ruas, a gente monitora não só a polícia, como também os infratores. Se você tem monitoramento nas ruas, todo policial tá na rua. Esse crime que nós estamos falando foi praticado na rua, fugiu-se pela rua”, acrescentou.
Fonseca ainda assegurou que o Ministério Público tem acompanhado toda a investigação e que cinco promotores que atuam no Núcleo de Defesa da Vida acompanham o caso.
Fonte: www.gazetadigital.com.br