Livros, podcasts, jogos virtuais e de mesa, e um canal no Tik Tok são ferramentas para mediar e engajar crianças e adolescentes em ciências polares, do mar e mudanças climáticas.
Uma pinguim rei chamada Geórgia, com senso de humor, curiosidade aguçada e usando óculos em formato de coração é a protagonista da série ‘101 Perguntas sobre Regiões Polares’. A série é publicada semanalmente no perfil @antarticaouantartida nas redes sociais, em especial voltadas para o público infantojuvenil. Os vídeos fazem parte de um pacote maior de recursos lúdicos e audiovisuais produzidos pelo projeto Interantar, da Universidade Federal do ABC, e apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio de projeto de cooperação internacional e da Década da Ciência Oceânica, da qual a pasta é ponto focal para o Brasil.
“O que fazemos é criar um contexto de aprendizagem para o professor levar o tema para sala de aula com atividades práticas”, explica a professora Silvia Dotta, coordenadora do Interantar. “Não dá para falar de oceano sem falar de Antártica, porque ela regula a temperatura das águas, todo o clima do planeta por meio do oceano austral, que refrigera e filtra a água dos oceanos”, detalha.
A cada vídeo, Geórgia faz uma pergunta para sua professora, Patagônica, para compreender melhor o que está acontecendo com seu habitat. Os vídeos têm até dois minutos de duração, conforme é a proposta da rede social, e são publicados com periodicidade semanal. Ao longo do ano serão 45 vídeos publicados. A ideia é tornar mais acessível tema complexos e as pesquisas feitas por cientistas brasileiros no continente gelado. “Fizemos nesse formato para explorar uma linguagem diferente”, explica Dotta.
Os roteiros dos vídeos para o TikTok, são construídos a partir da publicação ‘Antártica, Ártico e Mudanças Climáticas’, que faz parte da Coleção 101 Perguntas sobre Regiões Polares. A publicação explora questões como se há vida no fundo do mar congelado, velocidade dos ventos polares, quem descobriu a Antártida, para onde vai a água do degelo polar, entre muitos outros aspectos.
Apesar de o material ter apelo para engajar as crianças, todo o esforço tem como foco preparar os professores para trabalhar as ciências polares em sala de aula e oferecer materiais que sejam atrativos, com linguagem acessível para abordar um tema atual que ainda não consta do currículo regular. “Os professores não tinham material suficiente para trabalhar em sala de aula”, afirma a professora que coordena o projeto.
Em 2022, são oferecidas 100 vagas para o curso que chega a 9ª edição voltado aos professores da educação básica de Brasil e Portugal. As inscrições estão abertas até 4 de abril neste link.
Neste ano, por meio do apoio do MCTI, os livros foram impressos e estão em processo de distribuição para os professores e escolas de todo o País que já participaram do curso de formação.
Alguns dos materiais estão traduzidos para o inglês e espanhol, pois o projeto também se propõe a levar a ciência produzida por pesquisadores brasileiros. O projeto trabalha para tornar os materiais mais acessíveis e em breve os vídeos terão também a versão em libras.
O suporte pedagógico também é feito por meio de livros infantojuvenis, voltados para crianças acima de 12 anos, que estão disponíveis para download gratuitamente em diferentes formatos para suportes digitais, como e-book e audiobook, podcast, contos em áudio, jogos digitais e em 3D, jogos concretos (de mesa), canal de vídeos no Youtube. O projeto também mantém uma iniciativa que valoriza as escolas que adotam o tema antártico na sala de aula, por meio da concessão do ‘Selo Antártico’. “Nossa missão é levar a Antártica para o currículo escolar, pois é um tema multi e interdisciplinar”, conclui.
fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
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