Articulação de caciques pode levar a um palanque com apoio do prefeito Emanuel Pinheiro
Eleito em 2020, na disputa suplementar em razão da cassação de Selma Arruda (Podemos), o senador Carlos Fávaro (PSD) é o nome costurado por expressivos setores do agronegócio e político para o Governo, com a ex-prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (UB), em sua chapa.
O deputado federal Neri Geller (PP) respira, vive e sonha Senado.
Lucimar soma para a chapa com Fávaro por representar a região metropolitana de Cuiabá, mas ela ainda tem um fator muito positivo: é mulher do senador Jayme Campos (UB), que foi um dos principais aliados na vitória de Mauro Mendes ao Governo, em 2018.
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Evidentemente que para concorrer, Lucimar terá que se filiar a outro partido, pois o União Brasil é a legenda do governador.
Nos meios políticos, cogita-se que ela pode se filiar ao PSDB, caso se formalize sua pré-candidatura, o que terá que ser decidido nos próximos dias, por conta do calendário eleitoral.
Com Lucimar compondo a chapa de Fávaro, o senador romperia com Mauro Mendes e levaria consigo considerável número de prefeitos, vereadores e até deputados estaduais.
Na quinta-feira (24), Jayme afastou-se do Senado e o suplente Fábio Garcia, que é uma das lideranças do UB, o substitui.
Uma das poucas lógicas em política é não abrir espaço a adversário, o que pode ser entendido como a ida de Garcia para o palanque de Fávaro.
A Imprensa dá conta de que Lucimar, Gacia e Emanuel Pinheiro Neto (PTB) irão para o tucanato.
O mesmo noticiário informa que o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (ex-PV), aderiu ao ninho tucano.
A soma desse conteúdo deixa explícito, que tanto Jayme quanto Emanuel estariam por trás dessa migração política.
Jayme é marido de Lucimar e lidera Fábio Garcia; Emanuel é pai de Emanuel Pinheiro Neto e titular da Prefeitura onde Stopa é vice-prefeito.
Nesse contexto, pode haver mais do que coincidência.
Antes mesmo do surgimento do nome de Fávaro ao Governo, Neri Geller era citado ao Senado por um expressivo grupo, com a participação de Blairo Maggi e do deputado estadual Nininho (PSD), que é considerado o principal líder municipalista na Assembleia.
Nininho lidera dezenas de prefeitos e centenas de vereadores.
A composição da chapa de Neri Geller ao Senado não seria problema, pois, normalmente, suplente não soma muito.
O grupo que cerca Fávaro tem duas correntes: uma pró-Bolsonaro e outra, a maior, favorável a Lula.
Esse cenário tem aspectos positivos, pois, em razão do pequeno peso eleitoral quantitativo do eleitorado mato-grossense, candidatos à Presidência costumam promover rodízio em palanques de diferentes grupos que disputam o Governo Estadual.
Com Mauro Mendes poderá ser diferente, pois o perfil do eleitorado que deverá apoia-lo identifica-se mais com Bolsonaro e seu discurso de direita.
Porém, é preciso observar que, até então, o governador ainda não decidiu qual candidato apoiará, e há rumores de que ele poderia migrar para o PL, atendendo pedido de Bolsonaro.
Mas essa possibilidade esbarra na lógica de que os candidatos ao Governo e Senado devem ser de siglas distintas – o que seria complicador para Mauro Mende,s uma vez que Wellington é o presidente regional do PL.
Fonte: diariodecuiaba.com.br