A Covid-19 pode aumentar o risco de problemas neurológicos de longo prazo, incluindo declínio cognitivo e demência. É o que sugere a descoberta publicada no jornal Alzheimer’s Association, no início deste mês.
De acordo com os cientistas, o Sars-Cov-2 é um vírus neurotrópico. Ou seja, ele é capaz de infectar as células nervosas do corpo humano, causando desde sintomas leves à inchaços cerebrais, paralisia e até a morte.
Como durante a história outros vírus de composições semelhantes ao coronavírus foram associados a problemas neurológicos, os pesquisadores decidiram aprofundar os estudos da atuação do Sars-CoV-2 no sistema nervoso.
“Desde a pandemia de gripe de 1917 e 1918, muitas das doenças semelhantes à gripe foram associadas a distúrbios cerebrais. O vírus Sars-Cov-2, que causa Covid-19, também é conhecido por afetar o cérebro e o sistema nervoso”, afirmou o principal autor do estudo, Gabriel de Erausquin.
Estudo acende alerta
Foi aí que a Alzheimer’s Association e representantes de mais de 30 países — com orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) — decidiram formar um consórcio internacional para estudar as consequências de curto e longo prazo do Sars-Cov-2 no sistema nervoso central.
Acompanhando milhões de infectados pela Covid-19 durante seis, nove e dezoito meses, os cientistas constataram que doenças como Alzheimer, Parkinson e outras complicações relacionadas à saúde mental no longo prazo podem estar relacionadas à Covid-19, tendo em vista que o vírus causa danos ao cérebro.
O problema pode ser ainda mais grave já que assintomáticos — respondendo por quase 80% dos infectados, de acordo com a OMS — podem não ter conhecimento da Covid-19 e não associarão as possíveis doenças neurológicas no futuro com a infecção do Sars-Cov-2.
É certo que os estudos ainda estão em fases iniciais e o consórcio pretende cobrir mais de 22 milhões de casos de Covid-19 antes de qualquer veredito. De qualquer forma, surge um novo alerta sobre mais um dos potenciais do coronavírus.
Fonte: olhardigital.com.br