Para Carlos Fávaro medida da varejista francesa desrespeita a soberania e a produção brasileira, que, segundo ele, é sustentável
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a decisão do Carrefour de não vender mais carnes do Mercosul “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o Brasil. O ministro disse ficar “indignado” com o posicionamento dos franceses.
— Me parece uma ação orquestrada de companhias francesas — declarou o ministro a jornalistas após participar de jantar com o presidente da China, Xi Jinping, nesta quarta-feira (20), em Brasília.
O ministro citou a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de notícias Reuters, de que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia. Diante desse episódio recente, o ministro afirmou que “não faz sentido achar que é coincidência”.
—De forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando nossa produção, que é sustentável — Avaliou o Fávaro.
— Me parece que é querendo arrumar o pretexto para que a França não assine e continue com a posição contra a finalização do acordo Mercosul-União Europeia — avaliou o ministro.
Em sua visão, era mais “bonito e legítimo” só manter a posição contra o acordo.
— Não precisava ficar procurando pretexto naquilo que não existe na produção sustentável e exemplar brasileira. Eu seria o último das pessoas a apontar qualquer defeito na produção francesa, mas fico indignado quando eles querem fazer isso com o Brasil — completou.
O CEO afirmou que a decisão foi tomada após ouvir o “desânimo e a raiva” dos agricultores franceses, que protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.