José Medeiros, bolsonarista-raiz, teve suas contas pagas pelo contribuinte para festejar vitória de republicano nos EUA
O deputado federal José Medeiros (PL), um dos integrantes da bancada bolsonarista de Mato Grosso na Câmara Federal, teve diárias pagas pelo Congresso Nacional para “apoiar” a eleição do republicano Donald Trump, no último dia 5.
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O levantamento foi feito pelo jornal O Globo, e inclui ainda, na lista de beneficiados, outros deputados e um senador aliados de Jair Bolsonaro (PL)
Na Câmara dos Deputados, Medeiros teve sua passagem área de classe econômica para os EUA ressarcida no valor de R$ 6,3 mil.
O deputado ainda recebeu R$ 11,2 mil por 4,5 diárias, entre os dias 2 e 7 de novembro.
A justificativa para sua missão foi participar do evento “O Poder da Democracia: Eleição Presidencial nos EUA 2024”.
No país estrangeiro, o parlamentar mato-grossense gravou uma série de vídeos em meio à apuração dos votos.
Durante a madrugada de quarta-feira (6), quando Trump se consolidou vencedor da disputa pela Presidência dos Estados Unidos, Medeiros esteve à frente da Casa Branca, residência oficial do Governo americano.
“A vitória de Trump é o triunfo da liberdade, e não só dos americanos… O Reino de Censura e Estado Perseguidor, que tentam emplacar no Brasil cai por terra”, escreveu o deputado, no Instagram.
DITADURA – Bolsonarista-raiz, integrante da ala extremista da direita bolsonarista, José Medeiros se destaca por usar, diariamente, as redes sociais para exaltar a figura do ex-presidente e de seus familiares.
Nos posts, ele se refere a Bolsonaro sempre como “eterno presidente”.
E é um dos que acreditam que o “capitão” será candidato ao Palácio do Planalto, mesmo estando inelegível até 2030.
Neste ano, o deputado mato-grossense participou de várias “missões” aos EUA, lideradas pelo filho 03 de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para denunciar que o Brasil “vive na ditadura”, não haveria liberdade de expressão e os direitos humanos não seriam respeitados.
O foco, no entanto, é uma suposta perseguição política a Jair Bolsonaro, que seria comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF
FARRA – De acordo com o levantamento de O Globo, o Congresso Nacional desembolsou ao menos R$ 85 mil para que três parlamentares bolsonaristas pudessem viajar para os Estados Unidos, para acompanhar as eleições que culminaram na vitória de Donald Trump.
Entre os dias 2 e 7 de novembro, dois deputados e um senador tiveram passagens áreas ou hospedagens custeadas pela Casa Legislativa, que autorizou a missão oficial.
A comitiva de parlamentares também contou com outros nomes, a exemplo de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), que ainda não prestaram contas sobre os custos.
Outra deputada que participou do mesmo evento que Medeiros e esteve nos Estados Unidos para acompanhar as eleições foi Mayra Pinheiro (PL-CE).
Ela recebeu R$ 12,5 mil em diárias.
Durante a pandemia da Covid-19, ela ganhou o apelido de “Capitã Cloroquina”.
Enquanto secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro foi ouvida e indiciada pela CPI da Covid por crime de epidemia com resultado de morte, prevaricação e crime contra a humanidade.
A médica defendia o uso da cloroquina como tratamento para a Covid-19 e chegou a participar do desenvolvimento de um aplicativo do governo federal que recomendava o medicamento, comprovadamente sem eficácia.
Já no Senado Federal, quem recebeu seis diárias para estar nas eleições foi Laércio Oliveira (PP-SE).
O valor foi de R$ 20,6 mil. A sua passagem área, em classe executiva, custou R$ 34,4 mil aos cofres públicos.
Em suas redes sociais, o senador foi mais comedido nas postagens.
Logo após o resultado afirmou que a democracia estaria se renovando e desejou um “mandato justo” a Trump.
Fonte: diariodecuiaba.com.br