Governo que fechar unidades do campo e faz transferência de estudantes para a área urbana, enquanto a outra fica 1 horas distante das residências
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) dará todo o apoio a subsede de Jangada (a 70 km de Cuiabá), na mobilização para a próxima quarta-feira (30/10) contra o fechamento das escolas estaduais Luiza Soares Boabaid e Maximiana do Nascimento, ambas na comunidade rural. A manifestação foi organizada a pedido das comunidades escolares afetadas.
Segundo o diretor da subsede do Sintep/Jangada, Faustino Aparecido da Silva, as duas escolas estão localizadas em áreas rurais e atendem crianças e adolescentes das proximidades. Com o fechamento, os 177 alunos da EE Maximiana do Nascimento, que cursam o Ensino Fundamental I e II, terão que buscar vagas em outra unidade da região. Os estudantes da EE Luiza Soares Boabaid serão transferidos para duas escolas urbanas
A comunidade reclama da falta de consulta sobre a decisão de encerrar as atividades das escolas. “A EE Maximiana será realocada para duas outras unidades, uma das quais sequer comporta os próprios estudantes adequadamente, com salas pequenas e fora do padrão. Além disso, os alunos precisarão enfrentar o transporte escolar, que já é precário, percorrendo até 45 quilômetros de distância e até 1 hora no percurso,” explicou o diretor.
A insatisfação também é grande entre alunos e familiares da EE Luiza Boabaid, especialmente pelo risco de ter que atravessar a BR para chegar às escolas urbanas. A medida é vista como um obstáculo, especialmente para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), para os quais a transferência significa, na prática, um incentivo a abandonar os estudos.
Uma das alunas de 75 anos expressou sua tristeza em um depoimento para a comunidade, relatando que, mesmo gostando de estudar, terá que desistir se a escola fechar. “Nunca tive oportunidade de estudar, e meu pai não me colocou na escola. Agora, para mim, seria difícil porque não tenho como ir até Jangada. Eu não quero que a escola feche,” declarou emocionada.
Outro depoimento de pai de aluno, que também é estudante e motorista de transporte escolar, destacou os riscos para as crianças. “Eu estou aqui desde 1995 e vi toda essa história da comunidade. Sei o quanto é perigoso circular diariamente pela BR. Fora o transtorno que terá quando a BR fecha e os alunos demoram para voltar para casa,” lamentou.
Em um apelo emocionado, uma aluna da EJA pediu que o governo não feche a escola, evidenciando o vínculo afetivo que os estudantes têm com o espaço. Ana Maria Soares Boabaid, filha de Luzia Soares Boabaid, reforçou o pedido, solicitando que o governo estadual repense a decisão e visite a unidade para ver a situação de perto. Ela destacou que a medida coloca em risco a segurança dos alunos na rodovia e impede o acesso à educação para idosos da comunidade.
“É uma vergonha o que o governo Mauro Mendes está fazendo com a Educação Pública, e esta é mais uma etapa do programa de maldades. É muito importante que a comunidade se mobilize e cobre dos vereadores, prefeito, e até dos deputados. Deve encaminhar um dossiê para o Ministério Público apresentando os impactos promovidos, inclusive com a evasão de estudantes que a medida promoverá”, ressaltou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.
Fonte: sintep.org.br