MT: TENSÃO ELEITORAL: Evento reúne adversários em MT e alfinetadas dominam discursos

MT: TENSÃO ELEITORAL:    Evento reúne adversários em MT e alfinetadas dominam discursos
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Enquanto candidatos ao Senado disputam atenção de Mendes, deputados federais se cutucam

No palanque, o governador Mauro Mendes ficou ao lado dos dois pré-candidatos ao Senado: Wellington Fagundes e Neri Geller

O evento para entrega de maquinários a prefeituras por parte do Governo do Estado, nesta sexta-feira (25), reuniu em um mesmo palanque vários pré-candidatos nas eleições deste ano, desde a cargos na Assembleia Legislativa até o Senado Federal. O encontro foi marcado por alfinetadas entre os adversários e disputa pelo apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil).

Os deputados federais que compõem a base do Governo trocaram farpas entre si sobre quem destinou mais verbas para a agricultura familiar – principal beneficiada com a ação de hoje – e a respeito de posições tomadas frente a projetos ou debates importantes em Brasília.

Primeiro foi a vez de Juarez Costa, deputado federal pelo MDB, que iniciou discurso mandando recado: “Até para cutucar, quero registrar que quem colocou mais dinheiro na agricultura familiar fui eu”.

Gostaria de dizer que todos da bancada colocaram dinheiro em Mato Grosso, inclusive eu

Na sequência, ele, que é autor do projeto que visa retirar Mato Grosso da Amazônia Legal, “puxou a orelha” de quem critica o projeto. Segundo ele, a medida permitirá ao Estado aumentar a sua produção.

A deputada federal Rosa Neide (PT), que não tem escondido a desaprovação à matéria, assumiu o microfone e foi direta no recado a Juarez.

“Não podemos empurrar o biomas com a lei; o bioma quem demarca é o IBGE. Na democracia, as leis são construídas nos diálogos e temos que ouvir os pesquisadores, os cientistas. Tenho certeza que o senhor vai aceitar discutir e ouvir os pesquisadores”, disse ela.

Juarez ainda foi alvo de uma alfinetada direta do seu correligionário e presidente estadual do MDB, deputado federal Carlos Bezerra.

“Gostaria de dizer que todos da bancada colocaram dinheiro em Mato Grosso, inclusive eu”, afirmou, olhando para o colega de sigla.

Mauro Mendes tem mérito que ficará na história de Mato Grosso

Bezerra ainda aproveitou o seu momento no palanque para fazer um discurso no estilo “bate e assopra”.

O deputado – que não esconde o descontentamento de parte do grupo em razão da indefinição de Mendes quanto a quem vai apoiar ao Senado – fez cobranças de ações ao governador, principalmente na área social.

“Vamos tirar um pouco de estradas e construções e investir mais no social”, disse.

Ele lembrou, ainda, que quando foi governador do Estado (1987-1990), a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) tinha 1,3 mil técnicos e que agora, conta com menos de 200. Ele pediu o fortalecimento da autarquia.

Em seguida, porém, Bezerra praticamente lançou e reelegeu Mendes ao Governo do Estado – ainda que o próprio governador siga fazendo mistério sobre o seu futuro político.

“Eu acredito que o Mauro vai fortalecer a agricultura familiar ainda mais nos próximos quatro anos. […] Mauro Mendes tem mérito que ficará na história de Mato Grosso”, afirmou.

Ele disse: Wellington, fale para eles que teremos uma eleição neste ano, mas que acima de tudo, eu quero ampliar a parceria com os prefeitos e o Governo do Estado

Pré-candidatos ao Senado que têm disputado o apoio do governador – fato que ameaça rachar o grupo de aliados – o deputado federal Neri Geller (PP) e o senador Wellington Fagundes (PL) aproveitaram os minutos no púlpito para, mais uma vez, “brigar” pela atenção de Mendes.

Wellington se colocou como porta-voz do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que o líder do país enviou mensagem de que a “grande parceria” firmada com o Estado deve continuar e pedindo aos prefeitos que ajudem o seu Governo, uma vez que as maiores obras da União foram destinadas aos municípios.

“Ele disse: ‘Wellington, fale para eles que teremos uma eleição neste ano, mas que acima de tudo, eu quero ampliar a parceria com os prefeitos e o Governo do Estado’”, afirmou.

“Trago não só um abraço […] como a certeza da esperança de que vamos disputar uma eleição, mas agora é hora de trabalhar pelo Brasil e vencer essa guerra, principalmente a de produzir mais, gerar alimentos para ajudar o mundo”, acrescentou.

O senador ainda salientou que o presidente deu sinal verde para aprovação de recursos que haviam sido solicitados pelo governador e mandou um recado do colega ausente – senador Jayme Campos (União Brasil), que recentemente mostrou certo descontentamento com o chefe do Executivo e tem evitado pautas em comum nas últimas semanas.

“Jayme me ligou ontem à noite, mandou um abraço para o Mauro e disse que vamos, acima de tudo, buscar o consenso do que é melhor pra Mato Grosso”, disse.

Neri, por sua vez, lembrou que, como líder da Frente Parlamentar da Agricultura na Câmara Federal, sempre foi parceiro do governador, e que seu partido apoiou Bolsonaro, mas que não se furtou a fazer críticas a pontos que discordaram.

“Seguindo a sua orientação, Mauro, como líder daquela bancada, aprovamos leis, inclusive do senador Wellington Fagundes.

O nosso partido apoiou Bolsonaro, mas fez enfrentamentos quando necessário. Não nos omitimos”, disse.

Ele destacou, ainda, o projeto polêmico do colega Juarez, uma vez que caberá à FPA a discussão e elaboração de relatório sobre o tema.

“Mauro, com certeza não faremos um relatório que prejudique Mato Grosso e tire um centavo de incentivo ou cause desindustrialização”, disse.

O deputado lembrou pautas polêmicas sobre as quais tomou partido no Congresso e disparou: “Eu não vacilei, Mauro. Fui para cima, trabalhei para ajudar o nosso Estado, até me desgastando, às vezes”.

Fonte:     midianews.com.br


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