A análise do mercado da soja da plataforma Grão Direto destaca que o relatório de oferta e demanda está alinhado com as expectativas do setor. Embora as estimativas de safra nos Estados Unidos tenham caído, as previsões para Brasil e Argentina se mantiveram estáveis, sugerindo um cenário equilibrado para os próximos meses.
Chuvas previstas
A semana trouxe chuvas para diversas regiões do país, embora, em muitos locais, a quantidade de precipitação ainda seja insuficiente para dar início ao plantio. Nos EUA, o ritmo da colheita avançou consideravelmente, com índices 10% superiores ao mesmo período do ano passado e 13% acima da média dos últimos cinco anos.
Esse cenário impactou de forma negativa os preços em Chicago, onde o contrato de soja para novembro de 2024 fechou a U$10,05 por bushel, uma queda de 3,18%. O contrato para março de 2025 também caiu, terminando em U$10,35 por bushel. O mercado físico brasileiro acompanhou essa tendência, mesmo com uma alta de 2,93% no dólar, que encerrou a R$5,62.
Perspectivas e projeções
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que as chuvas se espalhem pelo Brasil Central na próxima semana, com maior intensidade no Rio Grande do Sul. No Mato Grosso, as precipitações devem ser gerais, com volumes mais baixos na região leste e chuvas mais intensas no noroeste. Essa melhoria nas condições climáticas pode incentivar muitos produtores a iniciar ou acelerar o plantio da safra 2024/25.
Além disso, especulações sobre um possível cessar-fogo impactaram o mercado, resultando em uma queda significativa nos preços do petróleo. Isso afetou toda a cadeia de commodities, incluindo a soja. Mesmo que esses rumores não tenham sido confirmados, a situação permanece instável, e especialistas afirmam que a resolução do conflito ainda está distante. Essa incerteza continuará a influenciar o mercado de grãos, dada a relevância da região na produção de petróleo
Dados da ferramenta de Inteligência de Mercado da Grão Direto indicam que os meses de junho e julho registraram o maior volume de vendas para entrega em março de 2025. Agora, há um aumento nas vendas para entrega em abril de 2025, impulsionado pelo atraso no plantio da safra 2024/25. Espera-se que o ritmo de comercialização para os meses de abril e maio de 2025 aumente conforme o avanço do plantio.
Análise gráfica
Analisando o contrato de novembro da soja em Chicago (X24), notamos que os preços se aproximaram da faixa de US$10.00/bushel, um ponto crucial para o comportamento do mercado. Caso os preços caiam abaixo dessa marca, há a possibilidade de recuar até as mínimas do ano, próximas a US$9.55/bushel. Se, por outro lado, os preços se mantiverem acima de US$10.00/bushel, pode haver um teste das máximas de setembro, em torno de US$10.70/bushel.
O mercado seguirá atento ao progresso do plantio no Brasil, que, apesar do atraso, é avaliado de maneira otimista. Assim, a próxima semana pode ser marcada por uma desvalorização em Chicago, refletindo nas cotações brasileiras.
Fonte: copopular.com.br