Desde 2023, quando Nilce Bezerra completou 82 anos, aprender a tocar o instrumento tornou-se um novo entretenimento
No mês em que se comemotou o Dia do Idoso (1º de outubro), o DIÁRIO traz a história inspiradora da professora aposentada Nilce Bezerra, de 83 anos.
Desde o ano passado, quando completou 82 anos, aprender a tocar violão tornou-se um novo entretenimento para essa mulher, que tantos jovens preparou para o mercado de trabalho em Mato Grosso.
Por quase 20 anos, Nilce foi professora de biblioteconomia e arquivamento do curso de secretariado na antiga Escola Técnica Federal (ETF-MT), hoje Instituto Federal (IFMT).
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Ela também serviu à comunidade atuando no setor administrativo da mesma instituição de ensino técnico.
Exigente consigo mesma, na posição de aluna recusou-se a apenas dedilhar as cordas do violão, desde as primeiras aulas.
Nilce quis e está tocando e cantando as músicas que listou como meta de aprendizagem.
A cada dia, ela prova que ser idoso deixou de significar inatividade.
Divulgação
O violão, seu companheiro não só nas aulas das terças e quintas-feiras, foi um presente do filho Wellington Bezerra
“Não vou cantar profissionalmente, mas, enquanto toco, quero cantar as músicas que conheço e gosto”, justifica ela.
Foi esse argumento que Nilce usou com seu professor de música, Marcos Lúcio Moreno.
A professora Nilce Bezerra diz que a música sempre a faz sentir-se bem, pelo poder de alegrar seu coração e imprimir leveza à vida.
Na lista de melodias que escolheu para tocar e cantar estão clássicos de MPB, como A Lista, de Oswaldo Montenegro, e Cabecinha no Ombro, de Paulo Borges.
O violão, seu companheiro não só nas aulas das terças e quintas-feiras, foi um presente do filho Wellington Bezerra.
Mas, o violão entrou em sua vida como mais uma ocupação.
Isso porque a professora Nilce já se ocupa com muitas coisas.
Cozinha, costura, reza, passeia… Religiosa e devota de Nossa Senhora Aparecida, ela tem um pequeno altar com diversas imagens da santa em casa.
Também costuma viajar com familiares para Aparecida do Norte (SP), para agradecer pela vida e saúde, no templo da santa popular do Brasil.
Para a viagem deste ano, Nilce confeccionou pequenas almofadas de joelho para cada um dos seis componentes do grupo.
O amor que Nilce nutre pela vida já lhe rendeu mimos curiosos.
Há alguns anos, seu filho Wellington lhe presenteou com o livro “Como Viver 100 anos”, de Rogério Felipelli Vaquero.
Depois, foi a vez da irmã, Helena Bezerra, lhe dar outro livro: “Viver Saudável além dos 100 anos”, de Paulo Salustiano.
Na família da professora Nilce Bezerra, a longevidade parece compor o DNA.
Assim como ela, todos os irmãos já passaram dos 60 anos.
Entre os Bezerra, o irmão mais velho, Sebastião, tem 88 anos, e a mais nova, Helena, tem 60.
“Somos unidos, graças a Deus. Se um fica dias sem dar notícia formamos um grupo e vamos até a casa dele saber o que está acontecendo”, conta ela.
A viagem mais recente foi até Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá , em busca de notícias de Sebastião Bezerra, que ficou 10 dias sem dar bom dia aos irmãos.
Diabetes, devidamente controlada com medicação oral e controle alimentar, é a única doença de Nilce.
“Tenho alguns cuidados alimentares. Consumo sem exageros e evito doces, claro. No mais, como de tudo. De feijoada à mocotó”, confessa ela.