Semana foi marcada queda nos contratos futuros, que caíram para o menor nível em quase quatro anos
O Brasil se confirmou como o maior exportador global de algodão do ano comercial 2023/24. Com 2,68 milhões de toneladas embarcadas, o país superou pela primeira vez os Estados Unidos, que enviou ao mercado externo 2,55 milhões de toneladas.
Apesar da boa notícia para o Brasil, os cotonicultores seguem atentos às cotações dos contratos futuros. Isso porque a semana foi “tensa” nos mercados e os contratos do algodão caíram para o seu menor nível em quase quatro anos nesta quinta-feira (8).
As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (9).
Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa:
Algodão em NY – O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 08/08 cotado a 67,24 U$c/lp (-1,2% vs. 01/ago). O contrato Dez/25 fechou em 69,92 U$c/lp (-1,9% vs. 01/ago).
Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 850 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 08/ago/24)
Baixistas 1 – O receio com a demanda, que já tirava o sono do mercado, foi agravado com dados econômicos que apontam para uma deterioração nas expectativas com a economia norte-americana.
Baixistas 2 – O sentimento no mercado é que o Fed (banco central dos EUA) prejudicou o mercado de trabalho e abriu a porta para a recessão ao manter as taxas de juros altas por muito tempo, na tentativa de combater a inflação.
Baixistas 3 – Pesando sobre a fibra natural, os futuros de milho, trigo e soja de Chicago caíram com as boas perspectivas de colheita no hemisfério Norte
Baixistas 4 – A situação em Bangladesh pode influenciar os preços, pois se trata de um mercado muito importante que passa por grande instabilidade política.
Altistas 1 – Com a estabilidade dos preços em um patamar mais baixo, a demanda está se reestabelecendo.
Altistas 2 – Altas temperaturas e pouca ou nenhuma chuva são esperadas para a maior parte do cinturão do algodão norte-americano nos próximos dez dias.
Bangladesh 1 – Após manter a violenta repressão à revolta dos estudantes, a primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou. Na terça (6), o parlamento foi dissolvido pelo presidente, abrindo espaço para um governo interino e novas eleições.
Bangladesh 2 – O economista Muhammad Yunus tomou posse nesta quinta (8) como chefe do governo interino de Bangladesh.
Bangladesh 3 – Yunus, conhecido como ”banqueiro dos pobres”, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006 devido a suas iniciativas de microcrédito para a população mais pobre do país.
Bangladesh 4 – Embora ainda não se saiba o impacto real das últimas semanas de manifestações, confrontos e morte de centenas de pessoas, a posse de Yunus está sendo recebida como o primeiro passo para a estabilidade bengalesa.
EUA 1 – Será divulgado na próxima segunda (12) o relatório de Oferta e Demanda de algodão do USDA. Será a primeira estimativa para a safra 2024/25 com base na pesquisa com agricultores, o que pode mudar a tendência prevista.
EUA 2 – As condições da safra pioraram pela 2ª semana consecutiva. Áreas “boas a excelentes” caíram 4pp, chegando a 45% do total. As áreas classificadas como “ruins a muito ruins” atingiram 27% do total (+5pp).
China 1 – Pesquisa da BCO aponta que na safra 2024/25 a China terá 2,66 milhões ha de algodão (-3,2% em relação a 2023/24) e produção de 5,84 milhões tons (-2,8% aa).
China 2 – Em jun/24, a China importou 155.841 tons de algodão (-40,45% em relação a mai/24 e +85,97% frente a jun/23). EUA, Brasil e Austrália foram os três maiores fornecedores no mês.
China 3 – Em 2024, as importações chinesas de algodão totalizaram 1,8 milhão tons (+213,14% aa). No acumulado, Brasil, EUA e Índia encabeçam o ranking de exportadores aos chineses.
Austrália – Em jun/24, a Austrália exportou 140.523 tons, volume superior tanto a mai/24 como a jun/23. No ano comercial, as exportações somaram quase 1,1 milhão tons. A China segue sendo o principal destino da pluma australiana.
Brasil – Exportações 1 – As exportações brasileiras de algodão somaram 167,2 mil tons em julho de 2024. Volume recorde para o mês.
Brasil – Exportações 2 – No acumulado de ago/23 a jul/24, as exportações brasileiras somaram 2,68 milhões tons. Volume recorde de embarques e alta de 185% em relação a 2022/23.
Brasil – Colheita 2023/24 – Até ontem (08/08), foram colhidos na BA (61,9%), GO (65,66%), MA (56%), MG (60%), MS (95,2%), MT (44%), PI (60,77%), PR (100%) e SP (92%). Total Brasil: 49,4%.
Brasil – Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (08/08), foram beneficiados na BA (35%), GO (27,45%), MA (18%), MG (28%), MS (39%), MT (8%), PI (21,9%) PR (100%) e SP (89%).Total Brasil: 14,9%.
Fonte: matogrosso.canalrural.com.br