Poluição do ar torna-se uma preocupação, pois os incêndios, além dos danos ambientais, representam um risco à saúde
Uma forte nuvem de fumaça encobriu o céu da região metropolitana de Cuiabá na tarde da última quinta-feira (8), e a poluição do ar torna-se uma preocupação ainda maior com o aumento do número de incêndios florestais, que, além dos danos ambientais, representam um risco à saúde da população.
Em Mato Grosso, de acordo com a Plataforma Selva, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que monitora em tempo real as queimadas e o índice da qualidade do ar na região Amazônica, dois municípios apresentavam níveis de poluição do ar considerados muito ruim, na sexta-feira (9), às 9 horas.
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Numa escala que vai 0 a 160 µg/m3, Sinop (503 km ao Norte de Cuiabá) atingiu 118.5 µg/m³ na medição e Juína (735 km a Noroeste) chegou a 81.8 µg/m³.
Em Cuiabá, como as nuvens de fumaça se espalharam, o nível era classificado como bom (0.2 (µg/m³).
Já dados do Programa de Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (Vigiar), da Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT), apontam que, desde janeiro a julho deste ano, 41 municípios do Estado encontram-se em situação alta ou crítica em decorrência dos focos de calor, o que demanda maior atenção por parte das prefeituras quanto aos níveis de poluição do ar.
“Alertamos os gestores municipais, maior atenção a qualidade do ar no município de jurisdição, visto que, conforme apresentado, os maiores registros de focos de queimadas no Estado de Mato Grosso, estão associados ao período de seca (maio a outubro)”, recomenda a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, em aviso divulgado na quinta.
De acordo com os dados da SES-MT, os 34 municípios em situação crítica estão distribuídos principalmente nas regiões Norte, Nordeste, Sudoeste e Centro Sul do Estado.
Do total, os 10 primeiros com os maiores números de queimadas são Colniza (654), Cáceres (550), Tangará da Serra (521), Feliz Natal (494), Brasnorte (423), Nova Maringá (413), Querência (392), Poconé (381), Marcelândia (350) e Juara (318).
Outros sete, sendo eles, Água Boa, Cocalinho, Nova Nazaré, Nova Santa Helena, Poxoréu, Ribeirão Cascalheira e São José do Xingu, apresentam classificação alta devido às queimadas.
Os demais municípios estão entre o mínimo, baixo e médio.
Com 13.285 focos de calor registrados desde o início do ano, Mato Grosso lidera o ranking nacional de queimadas, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Assim, considerando a criticidade desse período climático, com baixa umidade relativa do ar, situação que aumenta a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais e queimadas, cujas emissões contribui para o aumento da poluição atmosférica e interferem negativamente na saúde respiratória da população, alertamos quanto a doença causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), que continua sendo uma ameaça para a saúde. Neste sentido, devemos manter os cuidados e reforçamos que a prevenção e o combate as queimadas são imprescindíveis”, reforça o órgão estadual de Saúde.
A orientação é que a pessoa ao apresentar sintomas como febre, dor de garganta, tosse seca, cansaço e dificuldade de respirar, procure a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica.
FRENTE FRIA – Segundo informações do Governo de Mato Grosso, a frente fria que atinge o Brasil nesta semana fez com que a fumaça dos incêndios florestais que atingem a região do Pantanal de Mato Grosso do Sul chegasse até a Baixada Cuiabana, na quinta-feira (8).
Conforme monitoramento de satélites feito pelo Corpo de Bombeiros, a direção do vento em Mato Grosso do Sul, na região de Corumbá, mudou em direção a Mato Grosso e se acumulou com a fumaça dos incêndios nas regiões de Poconé e Barão de Melgaço, no Estado, alcançando Cuiabá e os municípios da baixada.
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, a queda na temperatura é provocada por uma massa de ar polar vinda do sul.
A previsão é de que as temperaturas permaneçam abaixo da média desse período até a próxima segunda-feira (12).
Fonte: diariodecuiaba.com.br