A cobrança, desta vez, partiu dos ministros das Relações Exteriores, que pedem mais transparência no processo eleitoral da Venezuela
Após uma primeira cobrança feita por presidentes de seus países, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Colômbia e México, divulgaram nesta quinta-feira (8/8) um segundo comunicado conjunto em relação às eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho, pedindo mais transparência no processo eleitoral do país latino.
O comunicado destaca a necessidade de que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) apresente os resultados das eleições de maneira detalhada “desagregados por mesa de votação”.
Os ministros observaram que uma ação foi iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) em relação ao processo eleitoral, mas afirmaram que o CNE, por mandato legal, é o órgão responsável pela divulgação transparente dos resultados.
Respeito à soberania popular
Os três países também reforçaram a importância de uma verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio da soberania popular.
Além disso, fizeram um apelo para que os atores políticos e sociais da Venezuela exerçam cautela e moderação em manifestações e eventos públicos, e pediram às forças de segurança que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei
“O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância”, diz trecho da nota.
Os ministros reafirmaram o respeito à soberania e à vontade do povo venezuelano e destacaram que as soluções para a crise atual devem emergir de dentro da própria Venezuela.
Eles anunciaram que continuarão as conversas de alto nível e reiteraram seu compromisso em apoiar esforços de diálogo que contribuam para a estabilidade política e a democracia no país.
Cobrança dos presidentes
Há exatamente uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, para discutir a situação na Venezuela após a reeleição de Nicolás Maduro em uma eleição contestada por parte da comunidade internacional.
Em nota conjunta, divulgada após a conversa entre os chefes de Estado, os três países voltaram a cobrar uma maior transparência na verificação dos votos da eleição que teve Nicolás Maduro saindo vitorioso.
Os três presidentes pediram, ainda, “máxima cautela” a atos políticos e sociais durante manifestações na Venezuela, “a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”.
Assim como em outras manifestações, Lula, Petro e Obrador voltaram a cobrar “respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela”, e se mostraram dispostos a contribuir na busca por uma solução para a crise política desencadeada no país.
“Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”, disse um trecho da nota.