A educadora musical Margarete Hiromi Kishi Dini, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), busca analisar os impactos da educação musical no sistema prisional com mulheres
Trinta reeducandas da Cadeia Feminina de Cáceres participam do projeto “Educação Musical de Mulheres no Contexto Prisional: caminho para a concretização da Justiça Curricular”, realizado pela educadora musical e doutoranda Margarete Hiromi Kishi Diniz, no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da
Com o trabalho, ela explica que busca analisar os impactos da educação musical no sistema prisional com mulheres em situação de privação de liberdade. O projeto consiste na aplicação de oficina de trabalho musical com foco no desenvolvimento da sensibilidade musical, por meio da voz, corpo e movimento.
De acordo com Margarete, as reeducandas utilizam o corpo como ferramenta de aprendizagem através de experiências sensoriais e expressivas para o desenvolvimento do trabalho. “Com isso, busco refletir qual é o currículo de educação musical que importa em um contexto prisional, uma vez que cada uma delas têm suas histórias, experiências de vida, locais, culturais, escolares e profissionais”, afirma.
O projeto, segundo Margarete, exige movimento corporal, dança, poemas, e até mesmo canto.
“Quando vivenciamos as experiências sensoriais, automaticamente, remetem-nos às memórias afetivas, sejam elas auditivas, olfativas, visuais, táteis e gustativas. É de suma importância realizar essa vivência com elas, especialmente porque estão em situação de privação, não somente de liberdade de ir e vir, mas de todas as suas consequências”.
Relato das reeducandas
Para muitas reeducandas, o projeto é uma forma de explorar outros lugares do mundo sem sair do lugar. “Estou gostando cada dia mais das aulas. Eu consegui viajar para muitos lugares sem sair do lugar, apenas com a imaginação”.
Já uma outra recuperanda afirmou que tem novas histórias para contar para os filhos assim que sair da unidade. “Hoje foi muito especial”. E ainda: “Eu estava magoada, mas com a aula pude me entreter e expressar. As atividades têm sido essenciais e chegaram na hora certa”, comenta outra reeducanda.
Fonte: mtagora.com.br