Produção sustentável consolida o estado como um líder global na qualidade da carne
O setor de carne bovina brasileiro está vivendo um momento de grande expansão, com resultados notáveis no primeiro semestre de 2024. Mato Grosso se destaca nesse cenário como um líder na produção de carne bovina sustentável e de alta qualidade, com uma participação aproximada de 14% no total nacional. De acordo com um relatório do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), o número de animais abatidos no estado aumentou 25,86% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
Valdecir Francisco Pinto Junior, analista técnico do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), explica que o crescimento no número de abates foi impulsionado pelo abate de fêmeas, refletindo um ciclo pecuário esperado. “Esse aumento na oferta de gado afetou os preços, levando à desvalorização da arroba do boi gordo. No entanto, a forte demanda externa ajudou a estabilizar os preços”, comenta.
Em termos de produção, um relatório do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), que utiliza dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), revela que o Brasil se mantém na segunda posição no ranking mundial de produção de carne bovina. O país ampliou sua produção em 3,65% em relação a 2023, enquanto os Estados Unidos reduziram a produção em 1,17%.
No cenário das exportações, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) destaca Mato Grosso como um dos principais exportadores de carne bovina no primeiro semestre de 2024, com 317,46 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) enviadas para o mercado externo. Este volume representa um aumento expressivo de mais de 33% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram exportadas 238,09 mil toneladas. De janeiro a junho de 2024, Mato Grosso gerou uma receita de US$ 1,270 bilhões, com um preço médio de US$ 4.014,23 por tonelada. Em comparação, as exportações no ano anterior totalizaram US$ 1,060 bilhões, com um preço médio de US$ 4.483,04 por tonelada.
Apesar das flutuações, a exportação continua sendo um fator crucial na sustentação dos preços da cadeia da carne. O relatório da SECEX mostra que a China permanece como o principal comprador da carne mato-grossense, com uma participação de 41,82% das importações. O país asiático adquiriu 145,90 mil toneladas este ano. Os Emirados Árabes Unidos também têm se destacado, tornando-se o segundo maior comprador em 2024.
A perspectiva para o setor é positiva, com expectativas de crescimento contínuo nas exportações nos próximos anos. A combinação da qualidade da carne bovina brasileira, a crescente demanda internacional e a diversificação dos mercados consumidores contribui para a segurança alimentar global e para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Valdecir prevê que a tendência é de continuidade no elevado número de abates, indicando um ano recorde em comparação aos anteriores. “A exportação permanece aquecida, com Mato Grosso contribuindo com aproximadamente 23% das exportações brasileiras. Apesar de os preços estarem um pouco abaixo dos anos anteriores, a expectativa é de que a China continue sendo o principal mercado, enquanto a dependência desse cliente deve diminuir, com maior foco em países do Oriente Médio e destinos africanos, onde o abate halal é comum. Atualmente, Mato Grosso possui 23 plantas frigoríficas habilitadas para esse tipo de abate”, conclui.
Fonte: vidaruralmt.com.br\Portal do Agronegócio