Oleaginosa encerrou o ciclo atual com saldo negativo, mesmo com avanço da área plantada
A conta chegou. A safra 2023/24 de soja, em Mato Grosso, encerrou o ciclo atual a menor produtividade dos últimos cinco anos, mesmo com avanço da área plantada.
A perda anual é de cerca de 10 sacas por hectares.
Leia também:
Inadimplência aumenta em Cuiabá e devedores já passam de 43 mil
Com o aumento da área semeada e o corte na produtividade, a produção da safra 2023/24 fechou em 39,05 milhões de toneladas, queda de 13,83% ante a safra passada, caracterizando a menor produção dos últimos dois anos.
Dados de consolidação da sojicultura apurados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), referentes a maio, mostram que o rendimento médio por hectare ficou em 52,16 sacas.
A queda anual é de cerca de 16%.
Conforme histórico do Imea, a soja mato-grossense obteve na temporada 2019/20 saldo médio de 59,09 sacas.
Em 2020/21, foi de 57,42 sacas. Em 2021/22, de 59,38 sacas e em 2022/23, foi de 62,30 sacas.
Em relação às áreas de soja semeada o Instituto analisou e acompanhou as imagens de satélite geradas nos meses entre dezembro de 2023 a abril de 2024, para consolidar, via geoprocessamento, o indicador final em Mato Grosso.
Desse modo, a área semeada de soja para a safra 2023/24 ficou firmada em 12,48 milhões ha, alta de 2,86% em relação à estimativa anterior e 2,94% em relação à safra passada.
Entre as regiões do Estado, destaque para a Norte, que aumentou em 20,80% a área em relação à safra passada, chegando a quase um milhão de hectares cultivados.
Segundo os analistas, em relação à produtividade, foram levantadas e analisadas várias frentes de informações, como o levantamento com os agentes de mercado, a pesquisa com os produtores de Mato Grosso (com 1.333 participações), a produtividade semanal da colheita da oleaginosa e o levantamento feito a campo no Crop Tour.
Esse cenário de quebra foi pautado pela falta de chuva no período de desenvolvimento das lavouras com cultivares de ciclos precoce e médio, que acarretou o encurtamento do estádio da oleaginosa e prejudicou o potencial reprodutivo das plantas.
Além disso, foi observado uma redução na produtividade ainda maior nas áreas que têm como sucessão o algodão, visto a antecipação do plantio da oleaginosa devido à preocupação dos produtores com a janela ideal da 2ª safra.
PENSANDO NA NOVA SAFRA – No relatório de março, o Imea traz ainda a primeira projeção para a temporada 2024/25 em Mato Grosso.
As primeiras perspectivas apresentaram aumento. No que tange à área, neste primeiro momento foi observado aumento de 0,64% em relação ao consolidado da safra 2023/24, ficando projetada em 12,56 milhões de hectare.
“Esse avanço anual abaixo do observado é decorrência da desvalorização da soja em grão e o alto patamar do custo de produção, o que vem desmotivando o produtor da oleaginosa neste primeiro momento.
Em relação ao rendimento médio, este ficou em 57,97 sc/ha, indicando avanço inicial de 11,14% quando comparado ao da safra anterior.
No entanto, as projeções ficam limitadas, visto que alguns pontos que podem impactar no decorrer da safra ainda estão em aberto, como as condições climáticas, ocorrência de pragas e doenças e as incertezas dos investimentos para a próxima temporada, explicam os analistas.
Diante das primeiras premissas de área e produtividade, a produção da temporada 2024/25 ficou prevista em 43,68 milhões de t, alta de 11,85% ante a safra 2023/24.
Fonte: diariodecuiaba.com.br